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Para ler por puro prazer…

O próprio Machado de Assis – em seu prólogo à quarta edição do livro – relatou que Capistrano de Abreu perguntara à época: Memórias póstumas de Brás Cubas são um romance? A pergunta – feita nos estertores do Século XIX – fazia sentido. A história contada por Machado fugia a todos os padrões da literatura de então. Que livro ousaria ter como narrador um defunto? Que escritor sério se aventuraria a começar o primeiro capítulo com o narrador hesitando se “devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte”? E o que dizer da dedicatória: “Ao verme que primeiro roeu as carnes frias do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas”? Pelo que se fazia em literatura até então – narrativa linear e tempo histórico -, Capistrano não poderia mesmo adivinhar que aquele livrinho não seria apenas “um” romance, mas “o” romance. E que, depois, viria também a ser aclamado precursor do realismo mágico e do modernismo no País.

O livrinho de Machado de Assis, porém, não se contentaria em ser apenas marco para a literatura nacional. É também leitura absolutamente deliciosa. Crítica social, alguma crueza, ironia, humor, conquistaram leitores desde o lançamento, e não param de conquistar. Recentemente, o cineasta Woody Allen revelou considerar Memórias póstumas de Brás Cubas um dos quatro melhores livros que já leu, e um dos que mais o influenciaram. “Fiquei chocado com como ele era charmoso e divertido. Não acreditava que tivesse vivido em época tão distante. Você pensaria que foi escrito ontem. É tão moderno e prazeroso, uma obra muito, muito original”, justificou Allen. E nem precisaria.

De minha parte, já li Memórias póstumas de Brás Cubas duas vezes. Vou ler de novo…

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